quarta-feira, 8 de outubro de 2014

ESTUDO MINUCIOSO SOBRE OS IRMÃOS DE JESUS

 

Os “irmãos de Jesus”, de que fala a Bíblia, seriam apenas seus primos?

José continuou sem conhecer sua esposa mesmo depois do nascimento de Jesus?
O que dizem os comentaristas nas bíblias aprovadas pela Igreja Católica?
É admissível supor que os irmãos de Jesus, que não criam nele, fossem seus apóstolos?

Usaremos as seguintes versões bíblicas:  

A BÍBLIA DE JERUSALÉM, Paulus Editora, 1973, 8a impressão em janeiro/2000, rubricada em 1.11.1980 por Paulo Evaristo Arns, Arcebispo Metropolitano de São Paulo. O trabalho de tradução foi “realizado por uma equipe de exegetas católicos e protestantes e por um grupo de revisores literários”.            

BÍBLIA SAGRADA, Edição Ecumênica, tradução do padre Antônio Pereira de Figueiredo; notas e dicionário prático pelo Monsenhor José Alberto L. de Castro Pinto, Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro; edição aprovada pelo cardeal D. Jaime de Barros Câmara, Arcebispo do Rio de Janeiro; BARSA, 1964.         

BÍBLIA APOLOGÉTICA, João Ferreira de Almeida, Corrigida e Revisada, ICP Editora, 2000, notas do Instituto Cristão de Pesquisas. [A tradução é o texto da SBTB, a ACF, Almeida Corrigida Fiel]

BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL, Almeida, revista e corrigida, Casa Publicadora das Assembléias de Deus (CPAD), 1995.         


Inicialmente, veremos os versículos que falam dos irmãos de Jesus, extraídos da Bíblia [católica] de Jerusalém:      

“Não é ele o filho do carpinteiro? E não se chama a mãe dele Maria e seus IRMÃOS Tiago, José, Simão e Judas? E as suas IRMÃS não vivem todas entre nós? Donde então lhe vêm todas essas coisas? E se escandalizavam dele. Mas Jesus lhes disse: “Não há profeta sem honra, exceto em sua pátria e em sua casa” (Mateus 13.55-58; Marcos 6.3-6).       

“Estando ainda a falar às multidões, sua mãe e seus IRMÃOS estavam fora, procurando falar-lhe. Jesus respondeu àquele que o avisou: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?” E apontando para os discípulos com a mão, disse: “Aqui estão a minha mãe e os meus irmãos, porque aquele que fizer a vontade de meu Pai que está nos Céus, esse é meu irmão, irmã e mãe”. (Mateus 12.46-50; Marcos 3.32-35; Lucas 8.19-21).    

“Depois disso, desceu a Cafarnaum, ele, sua mãe, seus IRMÃOS e seus discípulos, e ali ficaram apenas alguns dias”. (João 2.12).      

“Aproximava-se a festa judaica das Tendas. Disseram-lhe, então, os seus IRMÃOS: ‘Parte daqui e vai para a Judéia, para que teus discípulos vejam as obras que fazes, pois ninguém age às ocultas, quando quer ser publicamente conhecido. Já que fazes tais coisas, manifesta-te ao mundo!’ Pois nem mesmo os seus IRMÃOS criam nele”(João 7.2-5).        

“Tendo entrado na cidade, subiram à sala superior, onde costumavam ficar. Eram Pedro e João, Tiago e André, Filipe e Tomé, Bartolomeu e Mateus;Tiago, filho de Alfeu, e Simão, o Zelota; e Judas, filho de Tiago. Todos estes, unânimes, perseveravam na oração com algumas mulheres, entre as quais Maria, a mãe de Jesus, e com os IRMÃOS dele” (Atos 1.13-14). Comentários da Bíblia de Jerusalém: “O apóstolo Judas é distinto de Judas, IRMÃO de Jesus (cf. Mat. 13.55; Mar. 6.3) e irmão de Tiago (Judas 1). Não se deve também, parece, identificar o apóstolo Tiago, filho de Alfeu, com Tiago, IRMÃO do Senhor (Atos. 12.17; 15.13, etc)”.   

“Não temos o direito de levar conosco, nas viagens, uma mulher cristã, como os outros apóstolos e os IRMÃOS do Senhor e Cefas?” (1 Coríntios 9.5).        

“Em seguida, após três anos, subi a Jerusalém para avistar-me com Cefas e fiquei com ele quinze dias. Não vi nenhum apóstolo, mas somente Tiago, o IRMÃO do Senhor. Isto vos escrevo e vos asseguro diante de Deus que não minto” (Gálatas 1.18-20). Comentários da Bíblia de Jerusalém: “Outros traduzem: “a não ser Tiago”, supondo que Tiago faça parte dos Doze e se identifique com o filho de Alfeu (Mat. 10.3p), ou tomando “apóstolo” em sentido lato (cf.Rom. 1.1+)”.        

Vejamos agora quais as “Marias” citadas nos evangelhos (Bíblia [católica] de Jerusalém): 

NA CRUCIFICAÇÃO 
“Estavam ali muitas mulheres, olhando de longe. Haviam acompanhado Jesus desde a Galiléia, a servi-lo. Entre elas, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu” (Mat. 27.56).            

“E também ali estavam ali algumas mulheres, olhando de longe. Entre elas, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, o Menor, e de José, e Salomé” (Mar. 15.40). Comentário da referida Bíblia: “Provavelmente, [Salomé] é a mesma que Mt 27.56 denomina a mãe dos filhos de Zebedeu”.  

“Perto da cruz de Jesus, permaneciam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Clopas, e Maria Madalena” (Jo. 19.25). Comentários da referida Bíblia, referindo-se “a irmã de sua mãe”: “Ou se trata de Salomé, mãe dos filhos de Zebedeu (cf. Mt 27.56p) ou, ligando essa denominação ao que se segue, “Maria, mulher de Clopas”.    

NA RESSURREIÇÃO           
“Após o sábado, ao raiar do primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria vieram ver o sepulcro” (Mt 28.1). Comentário da referida Bíblia sobre a “outra Maria”: “Isto é, “Maria [mãe] de Tiago” (Mc 16.1; Lc 24.10; cf. Mt 27.56)”.  

“Passado o sábado, Maria Madalena e Maria, mãe de Tiago, e Salomé compraram aromas para ir ungi-lo” (Mar. 16.1-2).    

“Eram Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago” (Luc. 24.10),             

Vejamos agora quais os “Tiagos” citados nos evangelhos, conforme consta do Dicionário na parte final da Bíblia [católica] Sagrada, item ”b” retro:        

1. Tiago – “O Maior (mais velho), filho de Zebedeu e Salomé e irmão de São João Evangelista (Mt 4.21). era de Betsaida na Galiléia, pescador (Mc 1.19) e companheiro de São Pedro como seus irmaõs (Lc 5.10).”            

2. Tiago - “O Menor (mais moço), filho de Alfeu ou Cléofas (Mt 10.3; Mc 3.18; Lc 6.15; At 1.13) e de Maria (Jo 19.25). Foi chamado “irmão do Senhor” (Gl 1.19), no sentido semita [relativo aos judeus] que tem essa palavra que pode se aplicar aos primos e outros consangüíneos em linha colateral mais afastados, e até mesmo aos simples conacionais. Tiago Menor era primo de Jesus por ser sobrinho de S. José. N. Senhor apareceu-lhe uma semana depois da Ressurreição (1 Co 15.7). Foi o primeiro bispo de Jerusalém depois da dispersão dos Apóstolos. O fato de Paulo o ter procurado (Gl 1.19) e de ter ele feito o discurso final no Concílio de Jerusalém parece provar isto (At 15.13) Foi morto no Templo por instigação do sumo Sacerdote Anás II, tendo sido lançado de uma galeria e espancado até à morte (62 depois de Cristo)”       

3. Epístola de S. Tiago – “Uma das epístolas católicas atribuída a São Tiago, o menor...”

Vejamos agora quais os “Judas” citados nos evangelhos, segundo Dicionário da Bíblia [católica] Sagrada, item “b” retro:  

1. Judas – “Habitante de Damasco que hospedou S.Paulo (At 9.11)”        . 

2. Judas Iscariotes – “O Apóstolo que traiu N. Senhor (Mt 10.4; Mc 3.19; Lc 6.16). Iscariot quer dizer “homem de Cariot”, aldeia de Judá”. 

3. Judas Tadeu – “Um dos doze apóstolos (Mt 10.3; Mc 3.18; Lc 6.16; Jo 14.22). É o irmão de Tiago o Menor e “irmão”, isto é, primo do Senhor (At 1.13); Mt 13.55; Mc 6.3)”.     

4. Epístola de S. Judas Tadeu – Um dos livros canônicos do Novo Testamento, classificado entre as chamadas “Epístolas Católicas”       . 

A partir dessas informações surgem algumas indagações:           

Os apóstolos Tiago (o Menor) e Judas (Tadeu) são os mesmos chamados de “IRMÃOS de Jesus” em Mateus 13.55 e Marcos 6.3?                                       Que dizem as bíblias católicas retrocitadas?          

O que vimos foram interpretações discordantes. A Bíblia de Jerusalém diz nos comentários sobre Atos 1.13 que “o apóstolo Judas é distinto de Judas, irmão de Jesus”, isto é, não são a mesma pessoa, ou seja, o apóstolo Judas é uma pessoa e o irmão de Jesus, com idêntico nome, é outra pessoa. No mesmo passo, diz que o apóstolo Tiago, filho de Alfeu, não é o mesmo Tiago, irmão do Senhor. Reiterando a sua posição, referida Bíblia afirma nos comentários sobre Gálatas 1-18-20: “Outros traduzem: “a não ser Tiago”, supondo que Tiago faça parte dos Doze e se identifique com o filho de Alfeu (Mt 10.3p), ou tomando “apóstolo” em sentido lato (cf. Rm 1.1+)”.    

Por outro lado, a Bíblia Sagrada, católica, como discriminada no início deste trabalho, assume posição diferente. O dicionário que compõe essa Bíblia diz que “Tiago, o Menor, filho de Alfeu ou Cléofas (Mt 19.3; Mc 3.18; Lc 6.15; At 1.13) e de Maria (Jo 19.25), foi chamado “irmão do Senhor”. Diz mais que “Tiago Menor era primo de Jesus por ser sobrinho de S.José”. Confirmando, diz que “Judas Tadeu, um dos apóstolos (Mt 10.3; Mc 3.18...) é o irmão de Tiago, o Menor, e “irmão”, isto é, primo do Senhor (At 1.13; Mt 13.55; Mc 6.3)”. O descompasso é lamentável, a menos que se configure aí o “livre-exame” – situação em que comentaristas ou exegetas católicos interpretam livremente os textos bíblicos sem guardar coerência com a cúpula do Vaticano. 

No particular, concordo plenamente com a Bíblia [católica] de Jerusalém. Os irmãos de Jesus (Mt 13.55 e Mc 6.3, etc.), não foram apóstolos ou mesmo discípulos, pelo seguinte:  

a) Os irmãos de Jesus não criam nEle. No registro de João 7.2-5 nota-se claramente essa incredulidade. Entende-se, também, que Jesus evitou a companhia deles nesse episódio (Jo 7.8-10). Ao dizerem “para que teus discípulos vejam as obras que fazes” seus irmãos se excluíram do rol dos seguidores de Jesus. Ademais, Jesus não iria escolher para apóstolo alguém que não cria nEle.         

b) A Bíblia estabelece distinção entre ser discípulo e ser irmão de Jesus (Jo 2.12; At 1.13-14; 1 Co 9.5; Gl 1.18-20). Por exemplo, em certa ocasião Jesus estava com seus discípulos em determinado local, e lá fora estavam sua mãe e seus irmãos (Mt 12.46-50; Mc 3.32-35; Lc 8.19-21).             

Segundo, a tia de Jesus – irmã de sua mãe Maria – era Salomé, mãe dos filhos de Zebedeu, ou era Maria, mulher de Cléofas?        
Vejamos mais uma vez o que relata João 19.25: “Perto da cruz de Jesus, permaneciam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena”.   

A frase está de tal forma postada que admite duas interpretações. A primeira é a de que “a irmã de sua mãe” é uma pessoa, e Maria, mulher de Cléofas, outra. A segunda hipótese é a de que o nome da tia de Jesus é Maria, a mulher de Cléofas. A Bíblia [católica] de Jerusalém concorda comigo quando diz: “Ou se trata de Salomé, mãe dos filhos de Zebedeu (Mt 27.56) ou, ligando essa denominação ao que se segue, “Maria, mulher de Clopas”.    

A Bíblia Sagrada, edição católica, afirma no seu “dicionário”: “Maria de Cléofas” é irmã da SS. Virgem Maria, i.e. sua prima, pois em hebraico a palavra tem um sentido mais lato. Segundo uns seria a mãe de Tiago (o menor), José, Simão e Judas Tadeu e esposa de Cléofas também chamado Alfeu (Mt 27.56; Mc 3.18; 6;3; 15.40). Segundo outros são duas pessoas com o mesmo nome, uma, irmã de S. José, seria a esposa de Alfeu e mãe de Tiago Menor e José; e a outra seria cunhada de S. José por ser casada com Cléofas, irmão de S. José, e seria a mãe de Simão e Judas Tadeu. Como quer que seja, uma Maria de Cléofas e uma Maria, mãe de Tiago, aparecem nos Evangelhos como tendo acompanhado o Senhor até o Gólgota e preparado os aromas... (Jo 19.25; Lc 24.10; Mt 28.9)”. 

Terceiro, de quem seriam filhos os irmãos de Jesus?      

Não eram filhos de Zebedeu e de sua provável mulher Salomé, porque os filhos destes eram João e Tiago (Mt 4.21). Ora, os irmãos de Jesus foram Tiago, José, Simão e Judas, afora algumas irmãs (Mt 13.55-56, Mc 6.3). João está excluído dessa relação. Além disso, os irmãos de Jesus não criam nEle (Jo 7.5). Logo, João, apóstolo, não foi seu irmão.    

Não eram filhos de Maria, mulher de Alfeu ou Cléofas, cujo filho Tiago, o menor, foi apóstolo (Mt 10.3; Mc 15.40), e como tal não poderia ser irmão de Jesus, porque estes não criam nEle (Jo 7.5). Ademais, não consta que Tiago, José, Simão e Judas, irmãos do Senhor, fossem filhos do referido casal.     

A Bíblia [católica] de Jerusalém é de parecer semelhante quando diz: “O apóstolo Judas é DISTINTO de Judas, irmão de Jesus (cf. Mt 13.55; Mc 6.3) e irmão de Tiago (Judas 1). Não se deve também, parece, IDENTIFICAR o apóstolo Tiago, filho de Alfeu, com Tiago, irmão do Senhor (At 12.17; 15.13, etc)”. Realce acrescentado. Contrapondo-se, a outra Bíblia, católica, diz que Judas, apóstolo, é o irmão de Tiago o menor e “irmão”, isto é, primo do Senhor (Mt 13.55; Mc 6.3). Ou seja, Tiago e Judas, eram ao mesmo tempo irmãos (ou primos) e apóstolos.       

Se os irmãos de Jesus não eram filhos de Zebedeu, nem o eram de Alfeu, seriam da tia de Jesus, não devidamente identificada em João 19.25? Não pode ser porque essa tia de Jesus já foi devidamente identificada pelo catolicismo, ao dizer que ou se chamava Salomé,mãe dos filhos de Zebedeu, ou era Maria, mulher de Cléofas.     

Vamos agora ler o que dizem outros comentaristas a respeito dos irmãos de Jesus. 

IRMÃOS DO SENHOR - “Aqueles de quem se fala em Mateus 12.46 e 13.55, e outros lugares,como irmãos de Jesus, seriam filhos de José e Maria? Segundo uma opinião que já vem do segundo século pelo menos, esses “irmãos de Jesus” eram filhos de um primeiro matrimônio de José. Mais tarde foram, por alguns críticos considerados primos do nosso Salvador. Podem, contudo, ter sido filhos de José e Maria. Em todas as passagens, menos uma, em que esses irmãos de Jesus são mencionados nos Evangelhos, acham-se associados com Maria. Se eram eles filhos mais velhos de José, não seria então Jesus o herdeiro do trono de Davi, segundo as nossas noções de primogenitura. Eles não acreditavam em Jesus no princípio da Sua missão, e até, segundo parece (Jo 7.5), depois que os apóstolos foram escolhidos; e por essa razão eles não puderam ser do número dos Doze, dos quais, na verdade, eles particularmente se distinguem, quando num período posterior são vistos na companhia deles (At 1.14). Não devem, portanto, ser confundidos com os filhos de Alfeu, embora tenham os mesmos nomes. Além disso, as palavras “filho” e “mãe”, sendo empregadas nesta passagem (Mt 13.55) no seu natural e principal sentido, semelhantemente devem ser tomados os nomes “irmão” e “irmã” , pelo menos, até ao ponto de excluir o termo “primo”. O fato de terem os filhos de Alfeu, bem como os irmãos do Senhor, os nomes de Tiago, José e Judas, nada prova, visto que esses nomes eram muito vulgares nas famílias judaicas. Estranha-se que não fossem lembrados estes irmãos , quando Jesus confiou a sua mãe aos cuidados de João; mas isso explica-se pela razão de que a esse tempo ainda eles não criam Nele. A conversão deles parece ter sido quando se realizou a aparição de Jesus a Tiago, depois da Sua ressurreição (1 Co 15.7).” (Dicionário Bíblico Universal, pelo Rev Buckland, Editora Vida, 1993). 

IRMÃOS DO SENHOR – “Relação de parentesco atribuída a Tiago, José, Simão e Judas, Mt 13.55;Mc 6.3, que aparecem em companhia de Maria, Mt 12.47-50; Mc 3.31-35; Lc 8.19-21, foram juntos para Cafarnaum no princípio da vida pública de Jesus, Jo 2.12, mas não creram nele senão no fim de sua carreira. Jo 7.4,5. Depois da ressurreição, eles se acham em companhia dos discípulos, At 1.14, e mais tarde os seus nomes aparecem na lista dos obreiros cristãos, 1 Co 9.5. Tiago, um deles, salientou-se como líder na Igreja de Jerusalém, At 12.7; 15.13; Gl 1.19; 2.9, e foi autor da epístola que traz o seu nome. Em que sentido eram eles irmãos de Jesus? Tem sido assunto de muitas discussões. Nos tempos antigos, julgava-se que eram filhos de José, do primeiro matrimônio. O seu nome não aparece mais na história do evangelho. Sendo José mais velho que Maria é provável que tivesse morrido logo e que tivesse casado antes. Esta opinião é razoável, mas em face das narrativas de Mt 1.25 e Lc 2.7, não é provável. No quarto século, S. Jerônimo deu outra explicação, dizendo que eram primos de Cristo, pelo lado materno, filhos de Alfeu ou Cléofas com Maria, irmã da mãe de Jesus. Esta explicação se infere, comparando Mc 15.40 com Jo 19.25, e a identidade dos nomes Alfeu e Cléofas. Segundo esta idéia, Tiago, filho de Alfeu, e talvez Simão e Judas, contados entre os apóstolos, fossem irmãos de Jesus. Porém, os apóstolos se distinguiam dos irmãos, estes nem ao menos criam nele, e não é provável que duas irmãs tivessem o mesmo nome. Outra idéia muito antiga é que eles eram primos de Jesus pelo lado paterno e outros ainda supõem que eram os filhos da viúva do irmão de José, Dt 25.5-10. Todas estas opiniões ou teorias parecem ter por fim sustentar a perpétua virgindade de Maria. O que parece mais razoável e mais natural é que eles eram filhos de Maria depois de nascido Jesus. Que esta teve mais filhos é claramente deduzido de Mt 1.25 e Lc 2.7 que explica a constante associação dos irmãos do Senhor com Maria” (Dicionário da Bíblia, John D. Davis, 21a Edição/2000, Confederação Evangélica do Brasil).             

SEUS IRMÃOS – “Não há razão para supor que estes irmãos, tanto como as irmãs mencionadas (Mt 13.55-56), não eram filhos de José e Maria” (O Novo Comentário da Bíblia, vol. II, Nova Vida, 1990, 9a Edição).          

IRMÃOS DO SENHOR (Mateus 12.46-50) – “Por insistir na teoria da virgindade perpétua de Maria, o Catolicismo Romano os levou a explicar erroneamente o sentido da expressão irmãos. Assim, eles acreditam que Jesus não tinha irmãos no verdadeiro sentido dessa palavra e o grau de parentesco que ela exprime. No entanto, esse raciocínio não desfruta de nenhum apoio escriturístico. A Bíblia é clara ao afirmar que Jesus tinha quatro IRMÃOS, além de várias irmãs (Mt 13.55,56; Mc 3.31-35; 6.3; Lc 8.19-21; Jo 2.12; 7.2-10; At 1.14; 1 Co 9.5; Gl 1.19). A teoria desenvolvida pelos católicos romanos e por alguns protestantes, que visa defender que Maria permaneceu virgem, é totalmente fútil. Esse conceito só passou a fazer parte da teologia muitos séculos depois de Jesus. Seu objetivo, é claro, era exaltar Maria, criando, assim, a mariolaria” (Bíblia Apologética, João F. Almeida, ICP Editora, 1a Edição, 2000). 

Quarto, José e Maria se “conheceram” após o nascimento de Jesus?          

A nossa análise terá como base o seguinte registro: “José, ao despertar do sono, agiu conforme o Anjo do Senhor lhe ordenara e recebeu em casa sua mulher.Mas não a conheceu até o dia em que ela deu à luz um filho. E ele o chamou com o nome de Jesus” (Mateus 1.24-25, Bíblia [católica] de Jerusalém). 

A passagem acima diz claramente que José, atendendo ao anjo, recebeu em sua casa a sua esposa Maria, e foram viver como marido e mulher. Está dito que Maria foi a mulher de José; que José não conheceu a sua esposa enquanto ela estava grávida de Jesus; que Jesus nasceu de uma virgem e que José somente conheceu sua mulher – ou seja, teve relações com ela – depois do nascimento de Jesus. 

Católicos há que contestam o que está escrito na Bíblia, e dizem que “nas Sagradas Escrituras a expressão “até que” é empregada muitas vezes para indicar um tempo indeterminado, e não para marcar algo que ainda não aconteceu”. Não iremos nos estender na refutação dessa tese porque as duas bíblias de início citadas, aprovadas pelo catolicismo, interpretam corretamente referido versículo. Vejamos: 

“Mas [José] não a conheceu até o dia em que ela deu à luz um filho, e ele o chamou com o nome de Jesus”: “O texto não considera o período ulterior [depois do parto] e por si não afirma a virgindade perpétua de Maria, mas o resto do Evangelho, bem como a tradição da Igreja, a supõem” (Comentário da Bíblia [católica] de Jerusalém).       

Em outras palavras, os exegetas católicos, que trabalharam na edição da referida Bíblia, reconheceram o óbvio, ou seja, que [somente] até o nascimento de Jesus, José e Maria não se “conheceram”. Todavia, dizem bem quando entendem que a Tradição “supõe”, isto é, o dogma da perpétua virgindade de Maria é uma suposição, não uma realidade bíblica. O comentário acima coloca por terra argumentos outros não oficiais, segundo os quais José não conheceu sua esposa nem antes nem depois do nascimento de Jesus.   

Outro comentário: “Enquanto (ou até que): esta palavra portuguesa traduz o latim donec e o grego heos ou, que por sua vez estão calcados sobre a expressão hebraica ad ki que se refere ao tempo anterior a esse limite sem nada dizer do tempo posterior, cf. Gn 8.7;Sl 109.1; Mt 12.20; 1 Tm 4.13. A tradução exata seria: “sem que ele a tivesse conhecido, deu à luz...”, pois a nossa expressão “sem que” tem o mesmo valor” (Bíblia [católica] Sagrada.      

O que a Bíblia acima está dizendo em seus comentários é que o “ATÉ” não foi ALÉM do nascimento de Jesus, ou seja, enquanto grávida e até dar à luz não houve “conhecimento” mútuo do casal.    

Concordando com as Bíblias Católicas, a Bíblia Apologética, usada pelos evangélicos, assim esclarece: “Veja a preposição “até” em qualquer concordância bíblica e ficará surpreso a respeito do seu significado. Observe alguns exemplos: Levíticos 11.24-25: “E por estes sereis imundos: qualquer que tocar os seus cadáveres, imundo será ATÉ à tarde”. E depois da tarde, eles permaneceriam imundos? Vejamos agora Apocalipse 20.3: “E lançou-o no abismo, e ali o encerrou, e pôs selo sobre ele, para que não mais engane as nações, ATÉ que os mil anos se acabem. E depois importa que seja solto por um pouco tempo”. Assim, a relação existente antes do nascimento de Jesus se modificou [como se modificou a situação de Satanás após os mil anos de prisão], não a conheceu até que ela deu à luz. Essa passagem declara que, depois do nascimento de Jesus, José Maria tiveram uma vida conjugal normal, como qualquer outro casal. Nenhum autor do Novo Testamento ensina a doutrina da virgindade perpétua de Maria. Se se tratasse de uma doutrina ou ensinamento vital ou essencial como requer o catolicismo romano, certamente Paulo e os outros discípulos teriam mencionado a respeito. Assim resta ao catolicismo romano apegar-se à tradição, porque a Bíblia não aceita essa teoria (Colossenses 2.8)”.            

A expressão “não coabitou com Maria ATÉ QUE nascesse Jesus” está muito clara. Ligada à fala do anjo que disse a José que RECEBESSE Maria, sua mulher, ficou entendido que passado o período da gravidez e do descanso depois do parto, José e Maria, marido e mulher, continuariam uma vida a dois como todos os casais do mundo. Assim aconteceu, pois tiveram muitos filhos, conforme está em Mateus 13.55-56. José e Maria constituíram um casal muito feliz e foram abençoados por Deus. E por ter filhos, por amar o seu esposo, por ter sido mãe, Maria não pecou nem perdeu a sua santidade. Maternidade e santidade podem caminhar juntas, sem que uma prejudique a outra. Sexo no casamento não pecado.

Quinto, houve ordem divina para que José não “conhecesse” sua mulher?           
Se não havia a intenção formal, nem de José nem de Maria, de viverem sem relações íntimas, embora residissem sob o mesmo teto, teria havido alguma ordem divina nesse sentido? O leitor deverá ler cuidadosamente Mateus 1.18-25 e Lucas 1.26-38 para verificar a inexistência de qualquer tipo de impedimento. A resposta de Maria ao anjo – “Como é que vai ser isso, se eu não conheço homem algum?” (Lc 1.34) - pode ser interpretada como um voto de virgindade? A Bíblia [católica] de Jerusalém, em seus comentários, responde: “A “virgem” Maria é apenas noiva (v.27) e não tem relações conjugais (sentido semítico de “conhecer”, cf. Gn 4.1; etc.). Esse fato, que parece opor-se ao anúncio dos vv. 31-33, induz à explicação do v. 35. NADA NO TEXTO IMPÕE A IDÉIA DE UM VOTO DE VIRGINDADE” (realce acrescentado).           

Sexto, o que diz a Igreja Católica sobre o Matrimônio?    

a) “Os atos com os quais os cônjuges se unem íntima e castamente são honestos e dignos e a sexualidade é fonte de alegria e prazer” (Catecismo da Igreja Católica, p. 612, # 2362). Por que com Maria seria diferente?          

b) “Pela união dos esposos realiza-se o duplo fim do matrimônio: o bem dos cônjuges e a transmissão da vida”, pois que “esses dois significados ou valores do casamento não podem ser separados sem alterar a vida espiritual do casal” (C.I.C. p. 612, # 2363). Por que com o casal José e Maria seria diferente? Esses “valores” não diziam respeito também a eles?        

c) “A sagrada Escritura e a prática tradicional da Igreja vêem nas famílias numerosas um sinal da bênção divina e da generosidade dos pais” (C.I.C., p. 615, # 2373). Por que Maria não podia ter muitos filhos?             

d) “Exige a indissolubilidade e a fidelidade da doação recíproca e abre-se à fecundidade” (C.I.C. p. 449 #1643). Por que doação recíproca e fecundidade deveriam ficar fora do casamento de José e Maria? 

e) “O instinto do Matrimônio e o amor dos esposos estão, por sua índole natural, ordenados à procriação e à educação dos filhos... e por causa dessas coisas são como que coroados de sua maior glória” Se “os filhos são o dom mais excelente do Matrimônio e contribuem grandemente para o bem dos próprios pais... pois “Deus mesmo disse: “Crescei e Multiplicai” (Gn 2.18)” (C.I.C. p.452 #1652). José e Maria não deveriam crescer e multiplicar? Eles não tinham essa índole natural à procriação? 

f) “A sexualidade está ordenada para o amor conjugal entre o homem e a mulher,e no casamento a intimidade corporal dos esposos se torna um sinal de um penhor de comunhão espiritual” (C.I.C., p.611 #2360). Por que eles não podiam? 

g) “Por causa da prostituição cada um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido”, e que “a mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no o marido”; e que “não vos defraudeis [negar relação íntima] um ao outro, senão por consentimento mútuo por algum tempo, para vos aplicardes à oração; mas que “depois ajuntai-vos outra vez para que Satanás não vos tente por causa da incontinência [ausência de relações sexuais]”, tudo como está escrito nas palavras inspiradas do apóstolo Paulo (1 Coríntios 7.2-5). A abstinência do casal não estaria fora dos propósitos de Deus? Lembremo-nos das palavras de Jesus: “Aquele que fizer a vontade de meu Pai que está nos Céus, esse é meu irmão, irmã e mãe” (Mt 12.46-50). Lembremo-nos também das palavras de Maria: “Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2.5)      
OUTRAS CONSIDERAÇÕES     

1) Lemos em João 2.12: “Desceu [Jesus] a Carfanaum, com sua mãe, seus IRMÃOS e seus discípulos. E ficaram ali muitos dias”. Não pode ser outro o entendimento: Jesus com sua família, a mãe com seus filhos ficaram muitos dias naquela cidade. Não há como forçarmos uma interpretação que nos levaria a pensar que Maria, não tendo filhos com José, resolvera criar seis ou mais parentes. Vejam também a distinção entre “discípulos” e “irmãos”.            

2) Quando o termo ”irmãos e irmãs” é empregado em conjunto com “pai” ou “mãe”, o sentido não pode ser o de primos e primas, mas de irmãos biológicos, filhos de um mesmo pai ou mãe. Exemplo: “Se alguém vier a mim, e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e até mesmo a sua própria vida, não pode ser meu discípulo” (Lucas 14.26).   

3) Vejamos quais as palavras usadas no grego – a língua original do Novo Testamento – para designar IRMÃOS, IRMÃS, PARENTES, PRIMOS e SOBRINHOS, conforme a Concordância Fiel do Novo testamento, dois volumes, Editora Fiel, 1a Edição, 1994:   

Adelphos – Usada 343 vezes para designar pessoas que têm em comum pai e mãe, ou apenas pai ou mãe; indicar duas pessoas que têm um ancestral comum ou que faz parte do mesmo povo, ou membros da mesma religião. Com essa palavra são nomeados os irmãos de Jesus (Mt 12.46-4813.55; Mc 6.3; Jo 2.12; 7.3,5,10; At 1.14; 1 Co 9.5; Gl 1.19; Jd 1).       

Adelphe - O termo é traduzido 26 vezes como irmã, indicando (poucas vezes) a participante de uma mesma fé, e (a maioria dos casos) a filha de um mesmo pai ou mãe. Foi usado, por exemplo, para designar as irmãs de Jesus (Mt 13.56; Mc 3.32; 6.3), a irmã da mãe de Jesus (Jo 19.25), as irmãs de Lázaro, Marta e Maria (Jo 11.1,3,5,28,39).   

Syngenis - Usado como o feminino de “parente” para indicar o parentesco de Maria, mãe de Jesus, com Isabel: “Também Isabel, tua parenta...”(Lc 1.36). 

Syngenes – Termo usado para designar pessoa consangüínea, da mesma família, ou da mesma pátria (compatriota). Vejamos alguns dos 11 casos em que o termo foi usado: 
Mc 6.4 – “Um profeta só é desprezado em sua pátria, em sua parentela e em sua casa”. Nota: Quando se trata dos “irmãos de Jesus”, o termo usado é “adelphos” ou “aldephe”.    
Lc 1.36 – “Isabel tua parenta”. Nota: Se Isabel fosse irmã de Maria (filhas de pais comuns) o termo teria sido “adelphe”, de igual modo como foi usado em Jo 19.25 para designar a irmã da santa Maria.      
Lc 2.44 – “ e puseram a procurá-lo entre os parentes e conhecidos”. 
Lc 21.16 – “Sereis traídos até por vosso pai e mãe, irmãos, parentes, amigos, e farão morrer pessoas do vosso meio...” Nota: Muito importante registrar que nesse versículo são usadas as palavras “adelphos”, para irmãos, e “syngenes”, para parentes. Entende-se que o termo “adelphos”, quando associado às palavras pai ou mãe tem o natural significado de filhos carnais.    

Anepsios – Usada somente uma vez para identificar o termo “primo”, na seguinte passagem: “Saúdam-vos Aristarco, meu companheiro de prisão, e Marcos, PRIMO de Barnabé...” (Colossenses 4.10, Bíblia [católica] de Jerusalém). Nota: Havia portanto na linguagem grega palavras para identificar irmãos, primos e parentes. Logo, se Tiago, José, Simão, Judas e mais algumas mulheres (Mt 13.55-56; Mc 6.3) fossem parentes de Jesus, e não filhos de Maria, a palavra grega mais correta seria “anepsios” ou “syngenes”.       

4) Gostaria de chamar a atenção dos leitores para o que está em Atos 1.13-14: Tendo chegado, subiram ao cenáculo, onde permaneciam. Os presentes eram Pedro e Tiago, João e André, Filipe e Tomé, Bartolomeu e Mateus; Tiago, filho de Alfeu, Simão, o Zelote, e Judas, filho de Tiago. Todos estes perseveravam unanimemente em oração e súplicas, com as mulheres, e Maria, mãe de Jesus, e com seus IRMÃOS”.

Entendo que Maria, as outras mulheres e os IRMÃOS de Jesus eram pessoas distintas dos apóstolos acima citados. Tiago e Judas, IRMÃOS de Jesus, não estavam incluídos naquela relação. Juntaram-se aos apóstolos naquela ocasião.

Não me parece justo procurarmos uma mãe para os IRMÃOS de Jesus. A outra Maria, que pode ser a de Alfeu ou Cléofas, era mãe de Tiago e de José. Vejam:

“Maria, mãe de Tiago e de José” (Mt 27.56); “Maria, mãe de Tiago, o menor, e de José” (Mc 15.40); “Maria, mãe de Tiago” (Lc 24.10); “Tiago, filho de Alfeu” (Mt 10.3; Lc 6.15; At 1.13).         

"Ora, os IRMÃOS de Jesus se chamavam Tiago, José, Simão e Judas." O mesmo cuidado com o que os evangelistas Mateus e Marcos citaram os nomes de todos os irmãos de Jesus, um por um, teria usado para descrever os filhos dessa Maria. Entretanto, só foram citados Tiago e José. E Simão, com quem fica? A Bíblia descreve os seguintes: Simão, irmão de Jesus (Mt 13.55; Mc 6.3); Simão, chamado Pedro, apóstolo (Mt 4.18; 10.3); Simão, o Zelote, apóstolo (Mt 10.4; Mc 3.18; Lc 6.15; At 1.13). Ainda há outro com o nome Simão, como por exemplo Simão Iscariotes, pai de Judas, o traidor (Jo 6.71). A Bíblia com muita propriedade identifica cada um com o detalhe do apelido ou do parentesco. E Judas? A Bíblia diz que Judas, apóstolo, era filho de Tiago (Lc 6.16). Não há nenhum registro afirmando que a outra Maria ou Maria, de Cléofas, tenha um filho com o nome de Judas. Entendemos que o autor da Epístola de Judas seja o irmão do Senhor, como descrito em Mateus 13.55 e Marcos 6.3, pelos seguintes motivos: 1) Ele não se apresenta como apóstolo de Cristo, mas como “servo” e irmão de Tiago (Jd 1.1); 2) A sua exortação no v. 17 sugere que ele não fazia parte dos Doze.



Os dados levantados apontam para o entendimento de que Tiago, Simão, José, Judas, e mais algumas mulheres, eram realmente IRMÃOS carnais de Jesus, filhos de Maria e de José.  


                                                                   Pr Airton Evangelista da Costa


http://solascriptura-tt.org/Cristologia/IrmaosDeJesusDeAcordoComCarne-AECosta.htm